quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

“REMÉDIOS PIORES DO QUE OS MALES”.


 São as políticas dos Governantes de Portugal!
Dentro deste tema, leia-se este texto, da Encíclica Rerum Novarum de 1891 do Papa Leão XIII.
Leão XIII falou em tempos de radicais transformações, de vivos contrastes e de acerbas revoltas. As sombras daquele tempo fazem-nos apreciar mais ainda a luz que emana dos seus ensinamentos. Como é sabido, a concepção do mundo económico, então mais difundida e mais largamente traduzida em realidade, era uma concepção naturalista que negava toda a relação entre a moral e a economia. Motivo único da acção económica era o lucro individualista; lei suprema, reguladora das relações entre os empresários económicas, era uma concorrência livre sem nenhum limite. Interesses dos capitais, preços das mercadorias e dos serviços, lucros e salários eram pura e mecanicamente determinados pelas leis do mercado. O Estado devia abster-se de toda a intervenção no campo económico. As associações sindicais eram proibidas, toleradas, consideradas como de direito privado, consoante os países.
Num mundo económico assim concebido, a lei do mais forte encontrava plena justificação no plano teórico e dominava no das relações concretas entre os homens. Daí resultava uma ordem económica radicalmente perturbada.
Enquanto enormes riquezas se acumulavam nas mãos de poucos, as classes trabalhadoras vieram a encontrar-se em condições de crescente mal-estar. Salários insuficientes ou de fome, más condições de trabalho, sem nenhuma cautela com a saúde física, a moralidade e a fé religiosa. Desumanas sobretudo as condições de trabalho a que frequentemente eram submetidas crianças e mulheres. Sempre ameaçador o espectro do desemprego. Sujeita a processos de desintegração da família. Como consequência, profunda insatisfação entre as classes trabalhadoras, nas quais lavrava e aumentava o espírito de protesto e de rebelião. E isto explica como entre essas classes encontraram larga aceitação teorias extremistas, a propor remédios piores do que os males”.
                          (Texto extraído da Encíclica de João XXIII – Mater Et Magistra)
Passados mais de um Século, a história repete-se e voltamos ao tempo em que foi escrita esta Encíclica. As políticas de emergência e sacrifício para a população mais desfavorecida  são promissoras  de “remédios piores do que os males”, mas com a diferença de que estes vêm da parte de políticos, (também extremistas), de uma classe bem diferente daquela a que se refere o texto. A de uma classe de Gestores de Grupos Económicos e dos Sectores de Bancos e Mercados Financeiros.