segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

PORTUGAL INVADIDO PELO CAPITALISMO SELVAGEM - 2003

Há quase três décadas aconteceu o Golpe de Estado dos Capitães de Abril, que, segundo os analistas, teve como objectivo pôr termo a uma guerra de guerrilha incen­tivada pelos governos americano e soviético, nas ex-províncias ultramarinas.
Com este golpe de Estado, logo de seguida apelidado de Revolução dos Cravos, criaram-se esperanças no povo português. Nos primeiros anos, o povo melhorou no seu nível de vida. Mas a inflação desenfreada, boa para uns, mas muito má para outros, foi o "monstro" que deu a mão ao capitalismo selvagem, que por diversas formas, com a colaboração dos dois maiores partidos e com a ajuda da abstenção de uma grande par­te do povo, foi "democraticamente" tomando posse do siste­ma económico.
Privilegiar o grande capital e marginalizar os pequenos investidores, que investem com o seu saber, o seu dinamis­mo, o seu trabalho e as suas criações, causando-lhes uma pesada frustração, por constatarem que o que podem e sabem fazer - que tem interesse e aceitação no mercado nacional - fica mesmo por fazer, por falta de meios financei­ros. Esta tem sido a prática do sistema.
É este o país que temos. Um país conquistado "democraticamente" pelo capitalismo selvagem.
Agora vão ser necessários alguns anos para que o povo desperte e deixe de ser tão indiferente e distraído pela imen­sidão de distracções que o mesmo sistema monta.
Uma voz sonante e crítica ao capitalismo selvagem tem sido a de João Paulo 11, que vem denunciando os malefícios e as injustiças deste sistema económico.
Pena é que, das palavras do Papa, as pessoas, e sobretudo os políticos, só ouçam... o que lhes convém!
António Mendes Pinto
(publícado no Jornal JOÃO SEMANA em 1 de Novembro de 2003)