terça-feira, 1 de março de 2011

A liberdade e o medo - Onde está a igualdade de oportunidades? - 2008

Apesar de a liberdade de expressão ser uma realidade no nosso País, já há 34 anos e seis meses que se pressente um ambiente de medo.
Não é do medo que tem a ver com a falta de segurança pública ou da segurança laboral de que me vou debruçar, mas sim do medo provocado pelas ameaças jurídico/bancárias sobre cidadãos que se sentem oprimidos com pequenas dívidas. (Passados alguns anos de silêncio das instituições bancárias, e contabilizados os juros, aparecem essas dívidas muito aumentadas, deixando estes cidadãos - alguns deles pensionistas com uma baixa reforma inferior ao salário mínimo aterrorizados pela ameaça jurídica de que, se não houver acordo de pagamento, é feita a execução de penhora).
Tudo isto é estranho, já que, afinal, o que se vê na "alta finança" são grandes dívidas e suspeição de fraudes que acabam por ser perdoadas com a cobertura e protecção dos políticos que têm tido os comandos desta pequena "barca", que é o nosso País. Um país considerado pobre, mas que tem tido acesso a "fontes inesgotáveis" de dinheiro, por certo mal aplicado em investimentos malabaristas e não produtivos, nada restando para a produção nas pequenas e micro empresas geridas com seriedade e muito suor.
Onde está, então, a justiça e a igualdade de oportunidades?
Por estas e por outras é que estão a acontecer no nosso País os escândalos financeiros e políticos que todos conhecemos e que são os causadores da crise em que se vive e que os meios de comunicação social vão desmascarando.
Liberdade para uns e o medo para outros, não!..

                                                                António Mendes Pinto

                                         (publicado no Jornal João Semana em 2008)