segunda-feira, 11 de abril de 2011

Auto-promoção ou auto-estima? - 2010

Está provado que a crise em que o País está mergulhado, foi provocada pelo Mercado Financeiro, em negócios, comerciais, civis e militares, (com guerras ou sem elas). Já vários acreditados comentadores o afirmaram.
Também está provado que são as vítimas da mesma crise que sofrem as consequências, e os causadores (entre os quais pessoas reconhecidas publicamente como de sucesso na área da gestão em parcerias público/privadas), ficam isentas da obrigatoriedade de contribuírem para a resolução desta tragédia social,  serem chamados à responsabilidade.
Houve um tempo em que os conhecidos políticos do Poder, colaboravam em homenagens e davam prémios a pessoas de sucesso. Não tenho conhecimento de que os mesmos políticos se preocupassem em analisar o porquê do insucesso de outros cidadãos empreendedores e trabalhadores.
Por estas e por muitas outras, os políticos contribuíram para que parte dos portugueses se transformassem em pessoas individualistas, egoístas e materialistas, que excluem as pessoas de insucesso, não respeitando a sua auto-estima. Havendo casos em que a auto-estima dos excluídos se confunde com auto­promoção.
A juntar à crise dita económica, há a crise que tem a ver com a falta de respeito pela pessoa humana, em muitos dos seus direitos consagrados na Constituição da República Portuguesa, (que alguns tudo fizeram para que não fossem postos em prática, embora tivessem jurado sob a ela, “a Constituição”, nas tomadas de posse dos Governos eleitos pelo povo), e agora com novas Revisões Constitucionais, tanto querem mudar.


                                                                         António Mendes Pinto

                                    (publicado no Jornal PRAÇA PÚBLICA em 10 de Outubro 2010)